A Jovem Rainha Vitória
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quarta-feira, 23 de junho de 2010
À primeira vista, então, essa é a única particularidade que a soberana inglesa tem em comum com a atriz Emily Blunt, que a interpreta em A Jovem Rainha Vitória (The Young Victoria, Inglaterra/Estados Unidos, 2009), em cartaz a partir de sexta-feira – e seria o caso de indagar por que Emily, com sua beleza radiante, teria sido escolhida para o papel de uma notória feiosa.
O próprio filme é a resposta a essa questão. Em uma atuação inteligente e delicadamente modulada para fixar em uma dimensão pessoal as imensas vagarias políticas que Vitória atravessou desde menina, a atriz consegue bem mais do que uma boa personificação. O que Emily oferece, na verdade, é um estudo perspicaz sobre uma jovem mulher aprendendo a flexionar seus músculos e a adivinhar a força e a agilidade que eles podem lhe conferir no confronto com o poder. É um retrato de época, já que só muito mais tarde, na segunda metade do século XX, os planos para mulheres publicamente influentes deixariam de ser traçados caso a caso, e sob tanta trepidação; mas, pela agudeza, serve também como um retrato universal, descolado de período, circunstância e sexo, da passagem de um jovem à independência.
Fonte: Revista Veja
Edição 2169 / 16 de junho de 2010
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